Covid-19, a nova onda chinesa

Muitos me perguntam sobre a onda de novos casos e hospitalizações na China causadas pela Covid-19. Será que isso pode refletir no Brasil? E com que gravidade? Respondo que não. Não acredito que tenhamos onda com tal dimensão e aumento de hospitalizações pelo nosso país.

Aquele país passou de uma política de Covid zero, baseada em lockdowns exagerados – considerados excessivos pelo resto do mundo – e testagem em massa, para uma abertura igualmente agressiva. A política de testagem maciça foi abandonada.

Embora a população chinesa tenha a cultura do uso de máscaras, essa medida isoladamente não basta para conter variantes tão transmissíveis, como as subvariantes da Ômicron. A taxa de transmissão, nesse momento da epidemia, é 5 vezes maior que o início da epidemia.

Nacionalismo vacinal

Por que então a abertura e flexibilização total gerou tal agravamento da epidemia, naquele país, com aumento de hospitalizações e mortes novamente? A grande razão é o déficit de cobertura vacinal completa daquela enorme população.

A maior parte da população chinesa recebeu apenas duas doses de imunizantes fabricados na China, com tecnologia de vírus inativado- como a Coronavac no Brasil- e, que não são os mais eficazes contra Covid. Para idosos, principalmente, sabemos que são necessárias no mínimo três doses para conferir proteção contra doença grave, hospitalização e morte.O nacionalismo vacinal faz o governo chinês não importar vacinas melhores, como as genéticas, de RNAm, ou as vetoriais, como a vacina de Oxford. Pequim fez propaganda para convencer os chineses de que as vacinas nacionais eram superiores.

Diferenças para o Brasil, mas risco mundial

Foi a combinação entre vacinação ineficiente e lockdown rigoroso, com uma abertura abrupta, é que deixou a população chinesa bastante vulnerável e proporcionou a disseminação rápida das variantes da Ômicron. E esse não é o cenário no Brasil atual.

Mas o alerta vindo da China é importante por 3 potenciais riscos para nosso país e o resto do mundo: primeiro, é necessário manter o status vacinal completo na população idosa e vulnerável, para uma real proteção; segundo, o possível surgimento de uma nova variante, ainda mais contagiosa, e com escape imune; e terceiro, com uma parcela tão grande da população mundial doente, pode haver falta de medicamentos e insumos.

Como lembrou recentemente a microbiologista Natalia Pasternak, provincianismo nacionalista e opacidade autoritária em questões de saúde pública são receitas para desastres, locais e globais.

Férias e jogos eletrônicos

Em época de férias escolares, como a que começa, lembramos das atividades de nossos filhos e os riscos do excesso de jogos eletrônicos a que eles são expostos. Pergunte a qualquer pai como eles se sentem sobre o videogame de seus filhos e você certamente ouvirá preocupações sobre as horas passadas em um mundo virtual e a possibilidade de efeitos adversos na cognição, saúde mental e comportamento. Um fator que contribui para essas preocupações é o crescimento dos videogames nos últimos 20 anos. Cada vez mais novos jogadores.Em crianças de 2 a 17 anos, uma grande pesquisa de 2022 nos EUA mostrou que 71% jogam videogames, um aumento de 4 pontos percentuais nos ultimos 5 anos. Dado o desenvolvimento substancial do cérebro, que ocorre durante a infância e a adolescência, essas tendências levaram os pesquisadores a investigar associações entre jogos e cognição e saúde mental.

Novas evidencias

Apesar da maioria dos estudos psicológicos e comportamentais sugerir associações prejudiciais dos videogames, vinculando-os a aumentos subsequentes de depressão, violência e comportamento agressivo em crianças, os pesquisadores estão divididos sobre se jogar videogames está associado a habilidades cognitivas e na função cerebral. Em contraste com as associações negativas com a saúde mental, o videogame pode aumentar a flexibilidade cognitiva, fornecendo habilidades que podem ser transferidas para várias tarefas cognitivas relevantes para a vida cotidiana.

Pesquisa recentemente publicada na importante revista médica JAMA Networks Open de Pediatria vai nesse sentido e mostra efeitos benéficos dos jogos eletronicos na cognição. Neste estudo, avaliou-se associações dos videogames com desempenho cognitivo e ativação cerebral baseada em tarefas, em um grande conjunto de dados de crianças de 9 e 10 anos de idade. Foi o maior estudo de longo prazo sobre desenvolvimento do cérebro e saúde infantil com mais de 2200 crianças em 21 locais de pesquisa nos EUA.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

PRF encontra quilos de maconha em carro de aplicativo e outras cinco coisas para você ficar sabendo nesta quinta Anterior

PRF encontra quilos de maconha em carro de aplicativo e outras cinco coisas para você ficar sabendo nesta quinta

Campanha “Natal Presente” da CDL encerra com sorteio de carro zero Km Próximo

Campanha “Natal Presente” da CDL encerra com sorteio de carro zero Km

Geral